Muitos são os pacientes que sonham com tratamentos da Disfunção Temporo-Mandibular e que de alguma forma associam a extrações dentárias, longos anos de tratamento ou limite de idade.
O planeamento adequado depende do diagnóstico correto, concreto e objectivo. Na ortopedia funcional dos maxilares os dentes são a consequência das funções dos músculos e das estruturas ósseas e dos restantes padrões como a respiração, a fala e a forma de alimentação.
Parece estranho, porém sabemos que os ossos crescem por estiramento muscular. Quando respiramos pela boca, ou mastigamos comida macia, ou pressionamos os dentes com uma parafunção (bruxismo) os ossos e os dentes recebem essas forças e adquirem formas. A compensação e adaptação leva a alterações leves e suaves quase impercetíveis que no decorrer dos anos provocam lesões maiores.
As situações mais comuns são as fraturas dentárias e o desgaste do colo dos dentes, o desgaste articular promovendo a DTM (disfunção temporo-mandibular) e as doenças periodontais (estruturas de suporte do dente).
Sabemos que a disfunção temporo mandibular atinge mais pessoas do que as que seguem tratamento ou estão diagnosticadas.
Começa por um toque dentário diferente, ou por um trauma/choque na face, outras vezas por perda de um dente iniciamos uma mastigação unilateral, por vezes nem sabemos como acontece. Associada a ansiedade, a doenças crónicas e a fármacos a disfunção temporo-mandibular afeta a ATM (articulação tempo-madibular) e as estruturas da região.
Leia também: O que é a Disfunção Temporo-Mandibular (DTM)? Conheça as suas causas e saiba como a tratar!
Muitas vezes confundida com doenças dos ouvidos, neurológicas ou ansiedade, quando sofremos de DTM há situações difíceis de suportar.
A abertura de boca limitada é dos sinais mais restritivos, contudo os sintomas na região do ouvido são extremamente incapacitantes, por vezes a dor na face, pescoço e cabeça são tão intensas que desesperam.
O tratamento comum passa por goteiras de relaxamento que de forma leviana escondem o problema numa primeira fase e não resolvem de todo a questão.
O tratamento deve ser cuidado e não executado de forma leve.
O foco é reduzir e resolver os sintomas, promover a resolução dos sinais e por fim estabilizar para que não existam regressões nem novos sintomas.
O apoio da ATM são os ossos e os músculos pelo que o tratamento deve ser feito por uma equipa multidisciplinar.
Quando conhecemos os nervos e todas as estruturas importantes relacionadas com a ATM compreendemos a importância da sua preservação. O esmagamento do nervo do tímpano, a compressão do nervo da face, o estiramento do musculo da nuca são situações que dificilmente relacionamos com o dentista e nos remetem para outras especialidades médicas contudo é na cadeira do dentista que o problema pode ser resolvido.
Será tarde para tratar a DST?
Quando me perguntam se será tarde, ou qual a idade limite, ou se valerá a pena, compreendo pois o desespero é tal que muitos pacientes já pouco acreditam em melhorias. Sabendo que estes problemas são cada vez mais precoces faz-nos estar atentos. Uma criança que range os dentes, ou faz estalidos na abertura de boca; ou um adolescente que não consegue comer um hambúrguer por limitação na abertura; quando um adulto tem zumbido nos ouvidos, ou desequilíbrio, tantos são os sintomas que não estão de todo relacionados com a idade que me faz pensar que devíamos estar mais atentos aos sinais que o nosso corpo nos dá para resolver o problema antes deste se instalar.
Quando pesquisamos encontramos:
‘A disfunção temporomandibular (DTM) surge a partir de um conjunto de fatores, como hábitos parafuncionais, alterações hormonais, severas maloclusões, traumas locais e alterações sistêmicas que levam ao desenvolvimento de alterações degenerativas articulares, como a artrite reumatoide e a fibromialgia.
Essa síndrome afeta milhares de pessoas, de qualquer idade, sexo ou raça, embora atinja principalmente as mulheres na idade adulta, que muitas vezes pensam que sofrem de uma enxaqueca recorrente.
As principais queixas dos pacientes são relacionadas a sintomas dolorosos, limitação de abertura bucal, ruídos articulares, além de travamento em abertura e fechamento da boca. Também é comum o indivíduo apresentar otalgia e cefaleia, o que o faz procurar otorrinolaringologistas e neurologistas.’
Ou
‘A disfunção temporomandibular (DTM) é uma anormalidade no funcionamento da articulação temporomandibular (ATM), que é responsável pelo movimento de abrir e fechar a boca, podendo ser causada por apertar muito os dentes durante o sono, alguma pancada na região ou o hábito de roer unhas, por exemplo.
Assim, uma anormalidade no funcionamento desta articulação e dos músculos que trabalham no movimento da mandíbula, caracteriza a DTM. Quando isso acontece, é comum sentir desconforto orofacial e dor de cabeça.’
O tratamento destas doenças existe e está bem investigado e relatado, recuperar as estruturas dentárias e os discos articulares são as principais urgências e iniciando o processo de recuperação o alívio é quase imediato. A maioria dos pacientes após o 1º mês de tratamento já se apresenta satisfeito por ter abertura de boca e as dores resolvidas.
Procurar entender é fundamental encontrar ajuda pode tornar-se difícil. Queremos ajudar e estamos aqui.
Resolver os sintomas é importante porém resolver o problema é ainda mais importante.
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